terça-feira, 7 de março de 2017

Quem decide o BBB?

Há uma lei que rege o Big Brother em sua versão brasileira: O público é soberano. Como Titi deixou claro várias vezes, a casa não é dos participantes. Eles só estão lá de passagem e quem decide quem fica e quem sai somos nós.

Bonitinho, né?

Seria, só que não é bem assim que a banda toca.

Sabemos que há a necessidade da Globo costurar uma história que fique fácil para seus telespectadores acompanharem. Um enredo parecido com o das novelas, de preferência com mocinhos e vilões, que desperte paixões e ódios. Afinal, dizem por aí que o maior público do BBB vem do sofá. Só que vamos o olhar o outro lado da moeda?

Também usando as palavras do Tiago Leifert, um grupo de pessoas é selecionado para participar do programa. Um grupo onde NINGUÉM é perfeito e onde TODOS querem o prêmio. Podem me dizer que alguns só querem fama e outros só querem amizade e amor eternos, mas, com 1,5 milhão na linha de chegada, eu duvido. Eles entram em igualdade de sonhos, mas não brigam em igualdade de condições. Porque quem decide quem vai vencer é quem mesmo? Nós. Recebemos todas as informações? Não.



Quem viu ontem a Emilly aos prantos e se dizendo sozinha não sabe que ela deu motivos para isso. Não percebe que ela se afastou com o Marcos e isolou a Roberta (que não tem muita noção de lealdade, mas isso é outro papo e outro post), e que o casal tinha tudo para afastar o Ilmar também depois do papelão do anjo da outra semana. Não sabe que conviver com Emilly é difícil, que ela quer apenas que a sua vontade seja feita e que se recusa a ouvir quando tentam esclarecer o motivo de ela ser votada, pois a única razão que existe na sua cabeça é os outros terem inveja dela. O público do sofá não percebe como o casal se queima continuamente, um desconstruindo o outro, pois, quando essas conversas vão para a edição, ganham toques de humor. Em resumo, o público é um eleitor desinformado.

A fórmula de casal cansa, e não é à toa que uma edição que a vê como única linha narrativa tem sua pior audiência na história. O quarto preto, responsável por muito jogo e bastante entretenimento, ganhou plaquinha de vilão por se opor ao casal. E, em uma reedição dos grupos do bem e do mal que a Globo adora empurrar para catequizar o público, agora inventou o muro.



O muro foi simplesmente genial no BBB9. Colocado no início do programa, separou o povo bagaceira do resto e foi responsável por uma das melhores e mais hilárias primeiras semanas do BBB. Dessa vez, na metade do programa e com a casa já dividida, estava me perguntando qual seria o propósito até que entendi.

A eliminação falsa foi realizada dentro da casa, em uma votação onde todos participavam, inclusive aquela que recebeu mais votos no paredão do dia anterior. Isso mesmo, a queridinha, a mocinha Emilly. Era óbvio que Emilly seria novamente a mais votada. Ela achou que saiu do programa, rendendo várias cenas fofas cozamigo e com o Marcos e se recusando a se despedir dos inimigos... Quando mesmo? Ah, um dia antes do paredão, com a votação (essa sim, a do público) CORRENDO. Aí foi pro confessionário, sentida, soluçando (ainda que sem lágrimas) e o Tiago diz, com todas as letras, que ela vai escolher quatro pessoas pra disputar a prova do líder. Foi nessa hora que eu pensei seriamente em jogar a toalha. A Globo elegeu o grupo do bem para ter todas as vantagens, deu para o grupo do mal apenas a oportunidade de salvar um dos seus membros ao brigar pelo anjo, e ainda provocou uma enxurrada de mais cenas tendenciosas para o público consumir.



Como disse o nosso @tthif, se a Emilly ganhar, não vai nem ser por ter jogado bem. As pessoas simplesmente não sabem no que estão votando.

sexta-feira, 3 de março de 2017

Precisamos falar de Vivian

A cada novo BBB, os principais desejos do público são que não haja planta, que chegue alguém para causar, jogador inteligente, alguns querem casal para shippar, gente bonita etc... Assim que saem as chamadas e lista algumas pessoas já declaram torcida, partindo desse princípio, o BBB poderia se transformar num álbum de figurinhas que dava no mesmo. Mas não. Os participantes entram e aí, teoricamente, o enredo da edição começa a ser traçado.

Aí entra uma mulher de 23 anos, com sede de BBB, forma dupla com aquela que viria ser sua melhor amiga no jogo, ganha a primeira liderança da edição numa prova de resistência e já fecha aliança nos primeiros minutos de reality show. Vivian, o perfil que mais tem cara de BBB - o próprio Tiago Leifert citou isso no primeiro paredão em que ela enfrentou - deu MUITO material junto de Mayara para que a semana de estreia do programa, ainda que com 15 pessoas, não fosse um verdadeiro marasmo.


A miss pouco parecia pensar no - lá fora - e fez o que mais dá para fazer no programa: falar dos concorrentes. Vivian e Mayara falaram de todos. Afinal, elas eram líderes naquela semana e precisavam analisar/avaliar um a um. Essa fofoca - hábito comum até para quem não está confinado sem notícia nenhuma do mundo externo - foi extremamente mal vista por grande parte do público e a partir daí, qualquer ato que elas executassem, os espectadores e votantes optariam pelo contrário.



Chega a votação e a dupla de líderes indicam Marcos acusando-o de desrespeitoso e assediador. Ainda que ele tenha olhado para quase todas as meninas, a justificativa caiu de forma péssima para o público, que antes elegeu Gabi Flor como preferida porque era assunto das duas. Marcos, então, virou o favorito de grande parte do público por isso e só por isso, até aí. Continuou no jogo. E o jogo virou para Mayara e Vivian, que juntas, saíram da liderança direto para o paredão.

À esta altura, Vivian já tinha fofocado, feito casal, estava longe de ser planta, jogava, tudo o que mais uma vez teoricamente o povo espera de um participante de BBB. Na disputa direta com sua melhor amiga, Vivian se deu bem e recebeu apenas 19% dos votos.



O primeiro recomeço 

Já que na segunda semana de BBB, Vivian esteve no olho do furacão, o mais natural aconteceu. Ela se retraiu para que pudesse dar uma respirada e aí sim pudesse voltar ao jogo. Mesmo que ainda estivesse namorando Manoel, Vivian tentava socializar o quanto podia tentando se esquivar do grude que era seu "lindo".



Não adiantou muito ela se abster do vendaval, com um paredão triplo onde os dois mais votados pela casa iriam, mais uma vez Vivian estava lá. E mais uma vez com a pessoa mais próxima dela: Manoel, que fora indicado pelo líder por fazer exatamente o oposto da namorada: ele não conseguia conviver com os demais. Num paredão onde ela foi a menos votada, inclusive liberada do paredão antes dos demais, perdeu seu "lindo", mas não fez a viúva abaladíssima, afinal, Vivian segue o jogo. Dela.



O segundo recomeço

Mesmo perdendo seus melhores amigos na casa, Vivian sempre soube se readaptar e refazer as relações, convivendo com os outros participantes. Após a saída de Manel, Vivian se juntou com Pedro e Roberta, ficou mais próxima de Ieda e Rômulo, seus amigos de quarto preto. Mesmo que no PPV não pareça tanto, Vivian formou com Pedro e Roberta o alívio cômico da edição. Repare que os momentos mais leves do que vai ao ar na Globo é protagonizado pelos três, no meio de um elenco tão pesado como é o do BBB17.



Mas Vivian é uma das mais atentas aos recados (dicas) do Titi, senão a mais, e consegue entender direitinho e já está ciente do que vai ser o seu jogo daqui para a frente: antagonizar com Emilly. Ela já entendeu que se quiser chegar na final, vai ter que rivalizar. Afinal, máquinas não vencem BBB, não é mesmo? E aceitar que Marcos ou Emilly vão ganhar, não significa que ela ainda não possa reconstruir sua história.

Vivian vs. Emilly

Mesmo indicando Vivian quando foi líder, Emilly quis formar trio com a miss e Roberta. Vivian não aceitou e se tornou voto cativo da gêmea. Aliás, toda vez que pode vota nela ou veta da prova, e o veto da última prova do líder - que tomou a frente de Daniel ao retirá-la do game - deixou bem claro que o jogo a partir de agora será entre elas duas.


Se Vivian já perdia a paciência com o grude de Manoel, o argumento de Emilly, o qual diz que sua rival queria ter um Marcos, cai por terra, né? Pq o doc parece um chiclete, então, inveja, realmente não é.  Se Emilly diz que é linda, maravilhosa e tudo o mais, Vivian ganhou um concurso de miss, então recalque não é também. Sobra aí apenas uma rivalidade mesmo, que talvez seja apenas pelo jogo mesmo. Ah, tem uma diferença crucial entre as duas: simpatia. Preciso dizer quem tem essa qualidade?!

Não acredito que vá ter algum barraco histórico entre elas porque quando a Mayara foi afrontar Emilly, ela saiu de fininho pro quarto do líder e não enfrentou. Vivian também não tem jeito de barraqueira, então vai ficar apenas nessa guerra fria entre elas. Aliás, não acredito em nenhum barraco nessa edição mais.

Para pensar...

Uma das coisas que mais valorizo em BBB é esse jogo com gráficos que variam do que um linear. E a trajetória de Vivian é bem paradoxal porque ao mesmo tempo que é cheia de altos e baixos, isso passa de forma sutil ao público. Ela ainda "paga" pela primeira semana em que jogou e mergulhou de cabeça no programa. E para ela, jogar é muito importante jogar e deixar isso claro ao público, afinal, segundo Vivian: "prefiro mil vezes perder tentando do que perder sem tentar".

Ainda que Emillys e/ou Marcos não deixem Vivian jogar, ela não se entrega à derrota. Não se conformar enquanto pode lutar merece e muito ser valorizado.

Agora a questão que fica é: se aquele público lá do começo que não queria planta, que queria alguém inteligente, gente bonita, casal para shippar e Vivian cumpre todas essas cotas, por que motivo não quer deixar ela jogar?


GO, VIVIAN! EXPLODE <3